Pensar demais é algo que todos vivenciamos. 

Esta característica pode se tornar um problema, porque quando aparece, geralmente, é sobre algo que pode dar errado em nossas vidas.

Ninguém costuma pensar demais sobre aquilo que vai dar certo. 

Imagine, um amigo seu te ligar antes de uma entrevista e falar: 

“Amanhã, será o meu grande dia!!! Tenho certeza que os sócios do escritório vão me amar, acharão o máximo as minhas experiências, os cursos que já fiz e os lugares que trabalhei. O emprego é meu! Mas me ajuda a parar de pensar demais?”

Não! Isso não acontece.

O que acontece é a pessoa falar o seguinte:

“Estou ansioso e angustiado. Não consigo parar de pensar na entrevista de amanhã. E acho que não vou conseguir… O problema é que eu só tenho essa entrevista. Não aguento mais ficar no meu emprego, o ambiente é péssimo e se eu não conseguir essa oportunidade, não sei o que vou fazer. Além do mais, e se descobrirem que estou tentando mudar de emprego? Será que vão me demitir?”

Há 2 coisas importantes para se saber sobre esta história de pensar demais:

1. Estamos todos programados para pensar mais no mal do que no bem.

Isso não é algo que está errado com ninguém. 

O nosso cérebro é biologicamente treinado para focar na ameaça, naquilo de ruim que pode acontecer… 

Até algum tempo atrás, vivíamos nas selvas e a única coisa que importava naquele momento era a sobrevivência.

Cada vez que nos aventurávamos, poderíamos ser atacados por um animal selvagem, por membros de outra tribo, ou até mesmo por pessoas da nossa própria tribo contrariadas com alguma questão.

Então, nossos cérebros estavam focados em apenas uma coisa – NOS ALERTAR DO PERIGO.

Ao longo de milhões de anos, isso se tornou um hábito da mente humana.

Alertar-nos do perigo.

À medida que a nossa sociedade foi evoluindo, estas ameaças foram sendo substituídas pelo medo de ser excluído, de não pertencer.

Então, nossa mente nos alerta sobre isso.

Temos uma pergunta para fazer ao nosso chefe e pensamos: “Imagina se a sua pergunta for muito básica e ele te achar burro?”

Queremos nos aproximar de uma pessoa nova e a nossa mente pensa: “Imagina tomar um fora e as pessoas ao seu redor rirem de você?”

Então, a gente se trava.

2. Nossa mente se concentra nas possibilidades. Não nas probabilidades.

Este é um ponto importante.

O trabalho do nosso cérebro é focar na possibilidade.

  • É possível que você tenha um acidente hoje? É!
  • É possível que morra hoje? Para morrer, basta estar vivo.
  • É possível que você seja demitido? Sim!

Apenas a possibilidade de um evento, é suficiente para desencadear o pensamento excessivo.

O que precisamos adicionar para controlar o pensamento excessivo é a probabilidade.

Sim, é possível que você tenha um acidente, mas qual é a probabilidade?

E se você pensar sobre isso – TODOS nós usamos essa técnica em no nosso dia a dia.

Cada vez que atravessamos uma rua movimentada, há a possibilidade de sermos atropelados. Mas ainda assim, saímos sem medo. Por quê?

Porque dissemos ao nosso cérebro que a probabilidade disso acontecer é baixa.

E como sabemos que a probabilidade é baixa?

Porque usamos evidências e indicadores rotineiros.

Portanto, é essa a maneira de “resolver” esta questão de pensar demais.

Entendermos qual é a questão e usarmos indicadores e evidências para resolvê-la.

Pensar excessivamente só tende a aumentar a criatividade do nosso cérebro de criar cenários ameaçadores, dificultando a ação diante da situação.

Perceba que você não está sozinho em se preocupar mais com o que pode acontecer de errado do que no que pode dar certo.

Note também que quando você se convence de que a probabilidade dessa coisa ruim acontecer é baixa, sua mente automaticamente se acalma.

A razão pela qual compartilho este texto hoje é porque as pessoas me procuram demais por conta disso. 

Muitas se paralisam por igualar possibilidade com probabilidade.

Muitas ficam no mundo das ideias em sua carreira, mas nunca parte para execução por medo de dar errado.

O que eu sei é que a nossa mente pode ser trabalhada e melhor domada para diminuir a energia gasta com este vagar.

E muitas vezes, apenas estar ciente de como ela funciona, vigiando os nossos pensamentos é suficiente para tomarmos medidas, a fim de que ela pare de nos enganar.

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